Será impressão minha, ou os professores estão resignados e vão aceitar pacificamente o novo ECD que, ao que tudo indica, entrará em vigor logo no mês de Janeiro? Observando o que se passa na minha escola, e se ela puder servir de referência, é isso que me parece que se vai verificar. Se em momento algum ele suscitou grandes reacções por parte dos meus colegas, então agora, o silêncio é total. Infelizmente fica a ideia de que, mais uma vez, nos entregamos nas mãos dos sindicatos, ficando à espera que eles tomem a iniciativa e resolvam os nossos problemas. Se estes nada fizerem, o pessoal desmobiliza e acata serenamente o que o ME nos quer impingir. Não tenho sobre isso a mais pequena dúvida. Se ao longo dos tempos, sempre temos sido ordeiros e cumpridores escrupolosos de tudo o que emana do ME, porque é que desta vez a postura iria ser diferente?
terça-feira, dezembro 12, 2006
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7 comentários:
Os sindicatos precisam da vontade dos professores para poderem agir. Se o panorama geral for como o que dizes, de facto não haverá possibilidade de alteração deste novo ECD. Mas, julgo que as consequências dele não deixarão de vir a reflectir-se negativamente nas escolas.
“Infelizmente fica a ideia de que, mais uma vez, nos entregamos nas mãos dos sindicatos, ficando à espera que eles tomem a iniciativa e resolvam os nossos problemas.”
Caro karadas, desde quando é que os professores demonstraram capacidade de mobilização para decidir algo sem a iniciativa dos sindicatos? Espero sentado para ver os críticos da acção sindical darem um passo na defesa dos interesses da classe. Creio que este é o momento para agir. Ou não?
Caro Miguel:
Em momento algum. Essa sempre foi, aliás, uma das pechas da nossa classe.
O novo ECD apresta-se para entrar em vigor, tornando absolutamente imprescindível e necessário que os professores reajam a esta agressão que é feita à escola e à sua profissão. Para isso, seria fundamental que nos mobilizássemos e actuássemos em conjunto com os sindicatos. O que é que fazem os professores? Apaticamente vão esperando que os sindicatos actuem e consigam algum milagre. O espirito de iniciativa e a falta de combatividade na defesa dos seus direitos, sempre foi uma das imagens de marca da classe docente, com as consequências que nós tão bem conhecemos. E depois não admira que a ministra venha dizer que, afinal de contas, a maioria dos professores até está a favor deste ECD. Começo a pensar que a senhora tem razão!
..pela minha parte desde que os sindicatos e alguns professores se manifestarm contra as aulas/actividades de substituição sou a favor do ECD..importa distinguir os bons dos menos bons...sou professor e pai.
Cumps
Estão à espera que entre em vigor para depois começarem a reclamar... na sala de professores, claro!
Karadas
aqui se vê a importância que os sindicatos têm e que não é por muitos reconhecida. Embora tenha o mesmo género de impaciência para com a situação, há que reconhecer que há que dar um novo fôlego à luta, mas que era preciso antes, respirar, para nos lançarmos de novo. O papel dos sindicatos continuará a ser fundamental. Há algumas iniciativas marcadas - o referendo - e outras a pensar. O contexto de uma maioria absoluta e prepotente e a sensação de muitos professores de alguma impotência, fazem o momento. E há, como sabemos, muitos colegas que só quando a "coisa" começar a funcionar é que se aperceberão do mal.
O balanço da participação passada dos professores na luta foi bastante positivo. Confio que em breve recomeçará a luta. Espero que os professores transfiram todo um potencial acumulado ressentimento em relação ao ministério da Educação para formas renovadas de contestação que, a medio prazo sejam eficazes.
O ME habilmente deu aos professores mais antigos o que queriam... calou-os. Restaram os mais novos, que vão ter uma vida difícil, mas vão ter essa vida difícl porque não sabem lutar por algo melhor. Foi triste ver colegas novos a não fazer greve. O estatuto que morreu era bom porque houve greves em cima de greves. Lembro-me de num mês ter havido 13 dias de greve. Por isso hoje toda a gente queria esse Estatuto.
Mas o ME percebeu como dividir os professores e percebeu quem são aqueles que perderam a capacidade de lutar e de pensar mais longe do seu umbigo.
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