segunda-feira, abril 26, 2010

Tornou-se o pão nosso de cada dia em muitas escolas e alguns directores vão assobiando para o ar

"Agredido e insultado por alunos, docente que lecciona na mesma escola onde professor se suicidou em Fevereiro está de baixa e em depressão.
Um professor da EB 2,3 de Fitares (Sintra), a mesma onde leccionava Luís Carmo, que se suicidou em Fevereiro, está em casa de baixa e em depressão depois de uma série de casos de indisciplina e violência dos alunos. 'Fui agredido e enxovalhado, não tenho condições para ir à escola. Nunca pensei que me pudesse acontecer o mesmo que sucedeu com o Luís', disse ao CM o docente, que solicitou anonimato.
Tal como no caso de Luís Carmo, este professor acusa a escola de não punir devidamente os alunos infractores. 'Fui agredido no dia 8 de Fevereiro por um aluno que me empurrou contra um armário e me mandou para o c... O aluno não foi suspenso preventivamente como devia e isso criou-me um drama pessoal', disse o docente. A escola abriu um inquérito disciplinar, mas o professor afirma que o aluno foi ilibado. 'Passaram dois meses e meio e ainda não tive acesso ao despacho da decisão para poder recorrer'.
O docente denuncia ainda que os alunos recorrem com frequência a insultos homofóbicos. 'Por um professor ser solteiro eles chamam-lhe gay. Isto pode destruir uma pessoa. Tenho 43 anos e nunca senti esta ansiedade por ter de ir para uma sala de aula, não suporto mais isto, estou em depressão e farto de ser maltratado'.
O docente está nesta escola desde 2005 e garante que os cargos que exerceu no passado são também um dos motivos para ter sido escolhido como alvo. 'Era assessor da direcção e fui instrutor de muitos processos disciplinares, suspendi mais de cem alunos. Este aluno que me agrediu não pode comigo porque tive de o suspender várias vezes. Isto é uma escalada imparável', afirma, revelando que a directora da escola, Cristina Frazão, recusou transferir o aluno em causa da turma, que é a que lhe tem causado mais problemas.
O CM chegou à fala com a directora, mas esta escusou-se a prestar declarações, limitando-se a dizer que aguarda pela conclusão do inquérito aberto pela Inspecção-Geral da Educação ao suicídio do professor Luís Carmo".

CM

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