sábado, setembro 25, 2010

Oportunidades simplex

"O Expresso contou na semana passada a admirável história de Tomás Bacelos que, sem ter feito o 12º ano, entrou na Universidade de Aveiro com a nota máxima a nível nacional. Mais do que os 20 valores no exame de acesso, o que distingue o caso de Tomás é o seu percurso académico. Ele não completou, como os seus colegas do ensino regular, os 12 anos de escolaridade. Quando os chumbos começaram a suceder-se no Secundário, procurou uma via rápida de acesso à Universidade e encontrou-a: chama-se Novas Oportunidades. Em escassos meses obteve a equivalência ao 12º ano. Depois foi só apresentar-se ao tal exame de ingresso no curso que escolheu.
Tomás, não cometeu nenhuma irregularidade. Tem, aliás, o mérito de ser muito bom a Inglês, a avaliar pela nota da única prova que teve de fazer para chegar ao Ensino Superior, enquanto a esmagadora maioria dos outros concorrentes se maçavam com exames a várias disciplinas durante anos de estudo. A maioria, não todos. Soube-se agora que a oportunidade simplex foi descoberta por muitos - nada menos do que 530 (ver página 22). Um autêntico mercado paralelo gerador de flagrante injustiça e de concorrência desleal. Mais um convinte à desmotivação dos jovens que não pensam apenas em "safar-se" e ainda se dão ao trabalho de aprender".

Fernando Madrinha
Expresso

1 comentário:

candida disse...

Bem, esta coisa das novas oportunidades é fabulástica, assim uma mistura de fabuloso com fantastico.
Ora os meus filhos tiveram que matraquear até ao 12º e depois tratar de arranjar trabalho porque o ordenado não chegava para pagar propinas na faculdade, agora é tudo muito simplexezinho, fazem o 9ºano, dão umas estaladas a uns quantos profs., batem aos auxiliares mas não se passa nada, encostam-se ás esquinas por uns tempos e depois fazem um examezito da treta e lá estão eles na faculdade, depois de uns anitos são doutores, engenheiros, etc,etc.

E assim anda esta miséria de País, mas o País não tem culpa, a culpa é nossa que permitimos esta rebaldaria, a culpa meus senhores nem é da ministra, a culpa é inteiramente nossa e querem saber porquê?
Pois muito bem!
È nossa porque votamos neles, porque confiamos neles para gerir esta Nação, mas também porque dentro das nossas portas entrou a permissividade, a cegueira do dinheiro, o encanto da vida moderna onde os papás desrespeitarem-se é normal, onde insultar os avós é normal, onde mandar o vizinho abaixo de braga é normal, onde dar um chapadão no policia ou no professor é normal, onde tudo é normal, por todas estas razões e mais algumas a culpa é nossa