quinta-feira, abril 05, 2007

Sócrates e o diploma

"José Sócrates licenciou-se numa universidade que está a ser investigada pela atribuição duvidosa de equivalências a um gruo de mais de 100 estudantes angolanos. O processo de licenciatura e de pedidos de equivalência do primeiro-ministro não é claro, o seu diploma foi passado num domingo e Sócrates terá usado papel timbrado do Ministério do Ambiente para tratar dos seus assuntos pessoais e académicos, em vez de se dirigir à universidade numa folha de requerimento normal ou numa folha em branco, como qualquer outro aluno que não se sentava à mesma mesa que o secretário de Estado do Ensino Superior para decidir o futuro do País.
Tudo isto são factos, não são boatos. E não se trata igualmente de duvidar da imaculada qualidade académica de José Sócrates, como deu a entender este fim-de-semana um elemento do seu gabinete. Explicando: o País (se não todo pelo menos uma grande parte) está-se nas tintas se Sócrates estudava, se pedia apontamentos emprestados ou se foi o melhor aluno do mestrado, como se apressou a divulgar de forma ridícula o seu gabinete. O que preocupa - e bem - toda a gente é se Sócrates foi favorecido no seu processo de licenciatura e se usou o cargo político que ocupava para conseguir esse favorecimento. O mínimo que se exige é que o primeiro-ministro perceba isso e que as autoridades investiguem as suspeitas em vez de estarem à espera que os jornalistas façam o trabalho por elas. Sócrates deveria ser o primeiro a pedi-lo".

Gonçalo Bordalo Pinheiro
Revista "Sábado"

1 comentário:

Anónimo disse...

Investigue-se!!!