sexta-feira, outubro 13, 2006

As greves da próxima semana

Tal como se previa, vamos ter greve nos dias 17 e 18 de Outubro. Na reunião de ontem com os sindicatos, o Ministério da Educação manteve a sua intransigência em fazer concessões nas matérias fundamentais da carreira docente e, por isso, não restou outra alternativa aos professores que não fosse avançar para mais uma jornada de luta. Pretende-se como é óbvio que a greve venha a ter a mesma dimensão que teve a manifestação do dia 5. Bem gostaríamos que assim fosse. Porém a experiência diz-nos que quando toca a greves o professorado encolhe-se. Pelas mais variadas razões. A principal das quais prende-se com questões monetárias: a classe docente é mal paga e um dia de greve faz sempre mossa no orçamento familiar; acresce que, desta vez, a greve prolonga-se por mais um dia o que penaliza ainda mais quem já vive com dificuldade. Este facto, que não é tão desprezível quanto isso, poderá condicionar a adesão de muitos professores. E infelizmente parece-me que é isso que vai acontecer. A imagem de unidade que tão bem soubemos dar na semana passada sairá assim bastante beliscada. Oxalá os meus prognósticos não se confirmem e que quarta feira eu tenha a grande satisfação de admitir que afinal os meus receios não se justificavam. Para bem de todos nós, professores!

3 comentários:

henrique santos disse...

Não há absolutamente razão nenhuma, a não ser masoquismo e/ou acordo com a proposta da senhora ministra para não fazer greve. O resto são más desculpas. Espero também que haja poucos professores a ter essa atitude para bem de todos. É pena que aqueles que não fazem greves não gramem depois com aquilo contra o qual os outros lutaram e conseguiram mudar, como tem acontecido desde sempre.

Anónimo disse...

Para bem de todos nós era mesmo bom que todos, mesmo todos fizessem greve!
Começando por ti...

Miguel Pinto disse...

PJ
Quanto à questão dos vencimentos, podemos sempre fazer a comparação intra-classe: do superior e do não superior. Claro que são duas carreiras distintas à luz dos respectivos estatutos, mas as diferenças serão ligeiras quando observadas sob o ponto de vista da essência da profissão. Quanto ao conteúdo também temos diferenças funcionais entre os diversos ciclos do ensino não superior e nem por isso é reclamada uma separação das carreiras... Ainda temos as questões da autonomia e da investigação. A autonomia é sempre relativa e as margens de liberdade para a criação dos currículos nunca foi questionada para beneficiar, por exemplo, os professores da Ponte. Quanto à investigação, o número de mestres e doutorados tem aumentado nas escolas básicas e secundárias e, desde que devidamente estimulados, poderiam promover [em cooperação com as universidades, centros de investigação em contextos educativos.