"Os estudantes de Vila do Conde organizaram uma estridente manifestação para sensibilizar a ministra da Educação para a inutilidade das aulas de substituição. Os alunos queixam-se do que ficam a fazer na escola quando um professor falta: dizem que vão para as salas de aula, com os professores substitutos, jogar à sardinha, conversar sobre a vida ou contar anedotas.
Seguramente inspirados pelos dirigentes da Fenprof, encontraram-se com a ministra para lhe pedirem autorização para irem para casa estudar, fazer exercícios de Matemática ou ler um bom clássico da literatura.
Ninguém duvida das boas intenções dos alunos de Vila do Conde. Nem que todos são capazes de aproveitar os tempos mortos a estudar sózinhos enquanto os amigos vão jogar à bola. Mas é capaz de ser mais eficaz encontrar professores substitutos que sejam capazes de manter os estudantes durante uma hora, dentro de uma sala de aula , a estudar ou a rever a matéria e a tirar-lhes as dúvidas que tenham, por muito que alguém ache isso dispensável e desnecessário para o seu aproveitamento.
Maria de Lurdes Rodrigues até pode ter falhado em várias fases deste processo - ter aulas de substituição de Português com professores de Educação Física ou não dar condições às escolas para acabarem com os furos dos estudantes -, mas convenhamos que nestes casos específicos de que se queixam os manifestantes de Vila do Conde o problema está em dois sítios: nos professores que não conseguem pôr os alunos a estudar e nos alunos que não querem estudar. Sem exigência - e sem aulas de substituição - é difícil acabar com as notas vergonhosas em Portugal."
Editorial da Revista "Sábado"
1 comentário:
Ando no 12 ano em Ciencias e Tecnologias e tanto eu como milhares de alunos em todo o país consideramos as aulas de substituição uma farsa !
É apenas uma tentativa de melhor controlar os alunos porque estando eles em "furo", os responsáveis não sabem o que os jovens andam a dazer. No mínimo, ridículo.
Enviar um comentário