"Há cerca de vinte anos eu dava aulas numa universidade. Um dia lembrei-me de falar de ‘A Cidade e as Serras’ – em trinta alunos, só dois tinham lido. Como era uma turma de 4º ano e de formação de professores, achei que deviam ler o livro.
Choque e pavor. Percebi depois quando uma aluna me explicou que tinha aulas de Psicopedagogia, Pedagogia, Didáctica, História da Educação, Administração Escolar, Legislação Escolar – e até uma para lhes ensinar a usar projector de slides ou retroprojector. Não tinham tempo para ler. Ou seja: sabiam como ensinar e manusear toda aquela geringonça, mas não tinham nada para ensinar. Para pôr lá dentro. Vinte anos depois, vai por aí uma grande festança com o ‘Magalhães’. Números de circo e tal. Mas duvido que saibam o que pôr lá dentro. Pobres professores".
Francisco José Viegas, escritor
Choque e pavor. Percebi depois quando uma aluna me explicou que tinha aulas de Psicopedagogia, Pedagogia, Didáctica, História da Educação, Administração Escolar, Legislação Escolar – e até uma para lhes ensinar a usar projector de slides ou retroprojector. Não tinham tempo para ler. Ou seja: sabiam como ensinar e manusear toda aquela geringonça, mas não tinham nada para ensinar. Para pôr lá dentro. Vinte anos depois, vai por aí uma grande festança com o ‘Magalhães’. Números de circo e tal. Mas duvido que saibam o que pôr lá dentro. Pobres professores".
Francisco José Viegas, escritor
Correio da Manhã
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