"Não há ensino de qualidade, não há verdadeira Escola se os professores não contarem ou contarem pouco”.
Nos inúmeros périplos que o Governo tem efectuado pelo País a distribuir computadores, cheques e, principalmente, auto-elogios, os professores têm sido esquecidos como se na Escola fossem quem menos conta!
O ataque aos professores começou por ter expressão no plano social, tendo essa primeira fase pretendido preparar o terreno para as medidas que se seguiriam e que, sabiam os governantes, seriam fortemente contestadas.
Sobre os docentes abateram-se todas as medidas que se aplicaram à Administração Pública e, no caso do ensino particular e cooperativo, as decorrentes do código de trabalho… a que se juntaram mais algumas. Foi o novo estatuto da carreira docente que introduziu focos de grave instabilidade na profissão, com o seu absurdo e muito penalizador modelo de avaliação, a divisão da carreira em duas categorias ou a criação de uma prova de ingresso que visa empurrar milhares de jovens para fora da profissão; foram os horários de trabalho, muitas vezes ilegais, que impõem horas de actividade burocrática que seriam preciosas para o trabalho individual e vieram desorganizar, completamente, a própria vida profissional, pessoal e familiar dos professores; foi a nova gestão escolar, assente no pressuposto da desconfiança sobre os docentes e na necessidade de estender, para dentro das escolas, os tentáculos da tutela; foi a supressão dos apoios a milhares de alunos com necessidades educativas especiais, tornando mais difícil o trabalho na sala de aula.
É verdade que há escolas com quadros interactivos, com mais computadores nas salas e alguns edifícios foram recuperados… mas não foi dada a devida importância ao mais importante dos factores: o factor humano e, em especial, os profissionais docentes.
Como a UNESCO e a Internacional de Educação lembram no Dia Mundial dos Professores que amanhã se celebra, "os Professores contam!" Só que no nosso país, para o nosso Governo, estes têm contado pouco, o que é grave.
Não há ensino de qualidade, não há verdadeira Escola se os Professores não contarem ou contarem pouco, como tem acontecido, sendo natural que, quando assim é, as políticas educativas fracassem.
Seria perda de tempo esperar que para os actuais governantes os Professores passassem a contar; essa é razão suficientemente forte para que sejamos nós, Professores, com a nossa luta, a fazê-los compreender quanto contamos!"
Mário Nogueira, secretário geral da Fenprof
Nos inúmeros périplos que o Governo tem efectuado pelo País a distribuir computadores, cheques e, principalmente, auto-elogios, os professores têm sido esquecidos como se na Escola fossem quem menos conta!
O ataque aos professores começou por ter expressão no plano social, tendo essa primeira fase pretendido preparar o terreno para as medidas que se seguiriam e que, sabiam os governantes, seriam fortemente contestadas.
Sobre os docentes abateram-se todas as medidas que se aplicaram à Administração Pública e, no caso do ensino particular e cooperativo, as decorrentes do código de trabalho… a que se juntaram mais algumas. Foi o novo estatuto da carreira docente que introduziu focos de grave instabilidade na profissão, com o seu absurdo e muito penalizador modelo de avaliação, a divisão da carreira em duas categorias ou a criação de uma prova de ingresso que visa empurrar milhares de jovens para fora da profissão; foram os horários de trabalho, muitas vezes ilegais, que impõem horas de actividade burocrática que seriam preciosas para o trabalho individual e vieram desorganizar, completamente, a própria vida profissional, pessoal e familiar dos professores; foi a nova gestão escolar, assente no pressuposto da desconfiança sobre os docentes e na necessidade de estender, para dentro das escolas, os tentáculos da tutela; foi a supressão dos apoios a milhares de alunos com necessidades educativas especiais, tornando mais difícil o trabalho na sala de aula.
É verdade que há escolas com quadros interactivos, com mais computadores nas salas e alguns edifícios foram recuperados… mas não foi dada a devida importância ao mais importante dos factores: o factor humano e, em especial, os profissionais docentes.
Como a UNESCO e a Internacional de Educação lembram no Dia Mundial dos Professores que amanhã se celebra, "os Professores contam!" Só que no nosso país, para o nosso Governo, estes têm contado pouco, o que é grave.
Não há ensino de qualidade, não há verdadeira Escola se os Professores não contarem ou contarem pouco, como tem acontecido, sendo natural que, quando assim é, as políticas educativas fracassem.
Seria perda de tempo esperar que para os actuais governantes os Professores passassem a contar; essa é razão suficientemente forte para que sejamos nós, Professores, com a nossa luta, a fazê-los compreender quanto contamos!"
Mário Nogueira, secretário geral da Fenprof
Correio da Manhã
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