segunda-feira, julho 07, 2008

Margarida Moreira

"Portugal já se inquietava com o desaparecimento de Margarida Moreira, directora regional de Educação do Norte. Mas é com grata satisfação que saudamos o seu regresso de acordo com o relato de um professor, registado em acta, a dra. Margarida pediu aos Conselhos Executivos das escolas para terem cuidado na escolha dos docentes que vão corrigir os exames nacionais. Para a dra. Margarida, existem por aí professores que têm o hábito desagradável de "atribuir classificações muito distantes da média". Isto, para a dra. Margarida, é um abuso e uma violência porque "os alunos têm direito a ter sucesso".
Eu, com a devida vénia, iria mais longe e acabava simplesmente com os exames. Para que servem eles afinal? Obviamente, para dar mau nome à casa. Se são demasiado difíceis, a casa afunda nas estatísticas internacionais. Se são demasiado fáceis, ninguém se cala com o facilitismo da coisa: oposição, cientistas, pais, professores. E, até alunos, que deviam calar o bico e agradecer aos céus. Razão têm o PCP e o Bloco, que consideram o exercíco "injusto" e "elitista". Absolutamente de acordo. Uma medida igualitária no sentido pleno da palavra, permitiria atribuir a cada cidadão, nascido em território nacional, uma licenciatura logo nos primeiros dias de vida. E à escolha dos progenitores. Se os pais escolhem o nome dos filhos, por que motivo não podem escolher também o "dr." ou o "eng." que precede o "Manel" e o "Joaquim"?
O gesto permitiria duas coisas: primeiro, colocar Portugal no topo das classificações internacionais, com dez milhões de doutores e engenheiros, uma proeza em todo o Ocidente letrado; e, em segundo lugar, uma vez despachado o canudo para a maioria, existiria uma ridícula minoria que frequentaria voluntariamente as escolas e as universidades com o intuito simples de "aprender" qualquer coisa. Seria, no fundo, um retorno à Idade Média e à excelência do monaquismo ocidental: depois da passagem dos bárbaros, é sempre preciso apanhar os cacos e começar, seriamente, outra vez".

João Pereira Coutinho
Expresso

3 comentários:

Anónimo disse...

É muito triste vir a este blog e ver uma onda de pessimismo constante... até parece que a culpa do insucesso escolar, ou seja lá do que for, é sempre dos alunos, dos seus encarregados de educação, da ministra... mas nunca dos professores.
Não tirando o grande mérito que muitos professores têm, outros há que deixam muito a desejar no que toca à forma como ensinam, ou como não ensinam nada... estando apenas preocupados em criticar, criticar, criticar... porque é que não criticam e fazem greves com o imenso tempo que, na realidade, têm de férias?

Anónimo disse...

Em Portugal o ano escolar tem a duração de 180 dias, na Alemanha 188 dias, na Inglaterra 190 dias e na Finlândia 190 dias também... Será que o insucesso escolar das crianças portuguesas advém do facto de preguiçarem demais?

Anónimo disse...

Triste. Falam da injustiça para com os professores? A classe a quem se fala sobre teorias de curriculo e perguntam "Stenhouse quem?". Sim. Coitadinhos. E depois os investigadores e teólogos, sem bases nenhuma imagine-se, são afastados do campo do ensino. Teorias.