Finalmente, parece que estamos dispostos a ir à luta. Já era sem tempo. Dia 15 de Novembro, os professores estão determinados em dar uma resposta cabal à política educativa deste governo que atenta contra a nossa dignidade e compromete de forma inequívoca o futuro do ensino público em Portugal. Até aqui totalmente de acordo. O (grande) senão reside no facto de muita gente pensar que se pode avançar para uma manifestação desta dimensão sem o apoio dos sindicatos. Quem assim pensa está a cometer um erro crasso que nos poderá ser fatal. É necessário traquejo na organização destes eventos e isso é algo que nos falta por muita boa vontade que possamos ter. Sem o apoio logístico dos sindicatos a manifestação pode redundar num fracasso e aí o feitiço vira-se contra o feiticeiro. Por outro lado, este é um momento-chave em que é necessário união de esforços e não de fracturas e discórdias. É verdade que os sindicatos têm cometido erros indesculpáveis, como foi aquele do “entendimento” com a tutela, mas há que deitar esses ressentimentos para trás das costas e avançarmos em conjunto, na defesa do interesse de todos. É fundamental termos a noção da proporção das coisas: o nosso inimigo é este governo e o Ministério da Educação e não os sindicatos.
Convém também que fique claro que a luta dos professores não se pode esgotar na manifestação, até porque o Ministério da Educação já deu provas que não verga com facilidade (ainda para mais quando as sondagens colocam o partido socialista perto da maioria absoluta). Esse foi o nosso erro, depois do 8 de Março. Pensámos que bastava reunir 100.000 professores e que, a partir daí, as nossas reivindicações seriam atendidas. Lixámo-nos, como bem sabemos. É bom que tenhamos aprendido a lição e não voltemos a cair nesse logro. Acredito que o sucesso da manifestação poderá ser importante, mas deverá funcionar apenas como um factor catalisador de um confronto com o Ministério que se prevê longo, conturbado e de grande desgaste. Seguramente que outras formas de luta têm de ser encontradas, sob pena de os nossos objectivos não virem a ser alcançados. O que não podemos, de forma nenhuma, é baixar os braços e esperar que outros resolvam os nossos problemas.
Convém também que fique claro que a luta dos professores não se pode esgotar na manifestação, até porque o Ministério da Educação já deu provas que não verga com facilidade (ainda para mais quando as sondagens colocam o partido socialista perto da maioria absoluta). Esse foi o nosso erro, depois do 8 de Março. Pensámos que bastava reunir 100.000 professores e que, a partir daí, as nossas reivindicações seriam atendidas. Lixámo-nos, como bem sabemos. É bom que tenhamos aprendido a lição e não voltemos a cair nesse logro. Acredito que o sucesso da manifestação poderá ser importante, mas deverá funcionar apenas como um factor catalisador de um confronto com o Ministério que se prevê longo, conturbado e de grande desgaste. Seguramente que outras formas de luta têm de ser encontradas, sob pena de os nossos objectivos não virem a ser alcançados. O que não podemos, de forma nenhuma, é baixar os braços e esperar que outros resolvam os nossos problemas.
3 comentários:
Concordo com o teu alerta, KAradas.
O que fazer depois de uma nova manifestação? No dia seguinte, quando regressarmos às rotinas da "avaliatite", o que fazer? Uma nova manif? Creio que a discussão aqui na blogosfera deve dar um passo em frente...
Caro Miguel Pinto
Até agora, ainda não conseguimos convencer a opinião pública da razão dos nossos argumentos. A população precisa de saber do estado lamentável a que chegou o ensino público neste país. E há que fazê-la entender que a culpa não é nossa. É esta, na minha opinião, a batalha mais importante e decisiva que temos pela frente.
Podemos impressionar a opinião pública com manifestações (se o número de manifestantes se aproximar dos 100 mil),... agora convencer? Não sei não... Teremos de inventar outras formas de convencimento porventura mais eficazes: os contactos com os EE nas escolas são um meio extraordinário, entre outros, digo eu.
É preciso pensar no dia seguinte, insisto. Voltar às escolas com a sensação de que está tudo na mesma, não!
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