"O país das escolas está a ferver. Os professores nas ruas. Os estudantes encerram escolas. A ministra promete que não verga. O primeiro-ministro promete que verga. Os sindicatos estão de cabeça perdida. O governo embasbacado. O Presidente da República vem pedir que tenham calma. Faz-me lembrar um adepto a pedir calma a uma claque enfurecida. A verdade é que as imagens que chegam espelham um conflito grave e revelam episódios bem tristes com estudantes, desbragados, a atirar ovos contra membros do Governo.
Nada disto faz sentido trinta anos depois da Democracia. Depois de muitos governos reformarem, depois de muitos professores protestarem, depois de muitos sindicatos reivindicarem, não faz sentido que uma querela laboral se transforme numa batalha campal de ovos e tomates.
Podem os professores ter razão nos protestos contra a avaliação. Pode, até, a ministra ter razão na sua intransigência radical. Ou pode ninguém ter razão. Mas a verdade é que quando deflagra um conflito destas dimensões creio que a única solução é o debate e a discussão aberta e franca sem que o poder ganhe radicalidade nem os manifestantes a falta de gosto a que temos assistido nos últimos dias. O exercício do debate democrático não retira privilégios a quem detém o poder. Pelo contrário, enobrece-o. Assim como a exigência legítima de condições dignas de avaliação de trabalho não pode deixar indiferentes os pais de muitos estudantes que percebem a necessidade de fazer regressar à escola a tranquilidade, a alegria de aprender e também a alegria de ensinar. Professores tristes, em luta, indignados, não é o modelo de professor mais adequado às exigências do futuro. E as crianças, aqueles a quem se destina o subsistema de educação, terão de estar acima de indignações profissionais e de pesporrênciasministeriais. Neste momento tão crítico do sistema educativo, não tenho a menor dúvida de que só o regresso ao espírito da democracia, ao espírito da tolerância e da inteireza democrática, pode devolver a dignidade a todo este processo.
Há momentos da nossa vida em que é preciso parar para pensar. Julgo que o Governo e os professores chegaram a esse momento de tomar decisões que motivem os professores, que não ignorem a legitimidade do Governo mas que, acima de tudo, devolvam à escola o que é da escola: aprender".
Nada disto faz sentido trinta anos depois da Democracia. Depois de muitos governos reformarem, depois de muitos professores protestarem, depois de muitos sindicatos reivindicarem, não faz sentido que uma querela laboral se transforme numa batalha campal de ovos e tomates.
Podem os professores ter razão nos protestos contra a avaliação. Pode, até, a ministra ter razão na sua intransigência radical. Ou pode ninguém ter razão. Mas a verdade é que quando deflagra um conflito destas dimensões creio que a única solução é o debate e a discussão aberta e franca sem que o poder ganhe radicalidade nem os manifestantes a falta de gosto a que temos assistido nos últimos dias. O exercício do debate democrático não retira privilégios a quem detém o poder. Pelo contrário, enobrece-o. Assim como a exigência legítima de condições dignas de avaliação de trabalho não pode deixar indiferentes os pais de muitos estudantes que percebem a necessidade de fazer regressar à escola a tranquilidade, a alegria de aprender e também a alegria de ensinar. Professores tristes, em luta, indignados, não é o modelo de professor mais adequado às exigências do futuro. E as crianças, aqueles a quem se destina o subsistema de educação, terão de estar acima de indignações profissionais e de pesporrênciasministeriais. Neste momento tão crítico do sistema educativo, não tenho a menor dúvida de que só o regresso ao espírito da democracia, ao espírito da tolerância e da inteireza democrática, pode devolver a dignidade a todo este processo.
Há momentos da nossa vida em que é preciso parar para pensar. Julgo que o Governo e os professores chegaram a esse momento de tomar decisões que motivem os professores, que não ignorem a legitimidade do Governo mas que, acima de tudo, devolvam à escola o que é da escola: aprender".
Francisco Moita Flores
Correio da Manhã
1 comentário:
Como encarregado de educação, subscrevo tudo o que disse o Dr. Francisco Moita Flores.
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