"Professores e sindicatos não vivem os seus dias mais felizes. Esta união, que sempre teve o seu quê, parece, neste momento estar em crise. A confiança esboroa-se, os comportamentos não ajudam. As divergências entre os sindicatos e os professores acentuaram-se nos últimos tempos. Os docentes estão insatisfeitos porque sentem verdadeiramente na pele o ardor do trabalho de «sol a sol».
São eles que cavam a terra e lhe deitam a semente e, por isso, querem ser os ceifeiros da messe. Os sindicatos, porque têm as «camionetas», gostam de ser os transportadores do trigo, levando-o para o seu celeiro e daqui para a padaria, de onde o levarão para «sua casa» e para seu «prazer», deixando aos primeiros as migalhas ou, no máximo, a côdea dura que só molhado em leite ou em cevada lhes servirá de ténue alimento.
Mais de trinta anos depois, os professores resolveram também participar no festim e criaram os seus próprios movimentos de autodefesa. Perceberam que a maior parte dos sindicalistas das centrais sindicais e dos muitos que gravitam no interior das dezenas de sindicatos filiados já pouco percebem da realidade objectiva e concreta da sala de aula e da sala dos professores. Sentados há anos nas cadeiras dos gabinetes, por muito que digam que passam dias e dias no «terreno», ganharam calo no rabo, que não se cansam de coçar, melhor, lhes sabe bem coçar.
Sabem lá eles o que é indisciplina na sala de aula! (Alguém se lembra do que disse o prof. Charrua, quando regressou à escola, passados 20 anos?). Ouvem falar e pensam que isso lhes dá a sabedoria para dissertarem sobre o assunto. Sabem lá eles o que os alunos falam, como falam, como respondem, como reagem! Ouvem dizer isto e aquilo nessas reuniões que convocam para não dizerem quase nada, mas para justificarem o lugar.
Estudam (?) pedagogia para debitar… para debitar, mas não conseguem entender que a realidade da Escola é diferente daquilo que apregoam. São uma espécie de gastrónomos que só sabem enumerar os ingredientes de uma sopa, mas não a sabem confeccionar. E acham-se tão doutos que nem querem ouvir o que os professores autênticos têm para lhes dizer. Os professores não deram nem vão dar o grito do Ipiranga em relação aos sindicatos, mas a «república» já chegou. As tropas já se juntaram uma vez e vão juntar-se outra.
Os professores, perante o inferno em que a Escola se está a transformar, convocaram uma manifestação para dia 15 de Novembro, em Lisboa. Este «povo» resolveu descer à capital, na tentativa de alertar «suas majestades», mais uma vez, sobre os graves rombos que o «barco da educação» está a sofrer e com risco de se afundar. Os novos «infanções» têm considerado que os «condes», os «duques», os «marqueses» ou os «barões» não estão a defender bem o «castelo». Então esta «velha nobreza», e em especial a Fenprof, tremeu e temeu que os seus «foros» estivessem em perigo.
Convocaram outro «exército» de professores para o dia 8. Uma traição? Talvez não seja necessário dizer tal, contudo… foi um exercício de força. Quiseram dizer que eles é que detêm poder e representatividade nas «cortes». E contaram as espingardas. Mas terão verificado que as notícias que os seus emissários lhes mandavam não eram favoráveis. O exército, que esperavam comandar, iria ser diminuto: havia escolas sem «voluntários» inscritos. Foi então que o «estado maior» da Frenprof chamou na quarta-feira passada (29 Out.) os movimentos de professores, para negociaram a paz.
O «tratado» fica, para já, com esta data, evitando, os professores, beijinhos e abraços, pois, conforme dizem elementos do PROmova, de Vila Real, “os movimentos vão continuar a existir até que ocorra a pacificação das escolas” ( ver entrevista). Estes movimentos não terão a «mentalidade e a estratégia» de D. Afonso Henriques nas lutas com o seu primo D. Afonso VII, ao agir por impulsos e segundo as suas conveniências, mas estão aí para se fortalecer, porque eles têm as «ementas» e sabem com «cozinhá-las». Para já avançam para a segunda conquista do «castelo» de Lisboa. A jornada é decisiva. Boa sorte".
São eles que cavam a terra e lhe deitam a semente e, por isso, querem ser os ceifeiros da messe. Os sindicatos, porque têm as «camionetas», gostam de ser os transportadores do trigo, levando-o para o seu celeiro e daqui para a padaria, de onde o levarão para «sua casa» e para seu «prazer», deixando aos primeiros as migalhas ou, no máximo, a côdea dura que só molhado em leite ou em cevada lhes servirá de ténue alimento.
Mais de trinta anos depois, os professores resolveram também participar no festim e criaram os seus próprios movimentos de autodefesa. Perceberam que a maior parte dos sindicalistas das centrais sindicais e dos muitos que gravitam no interior das dezenas de sindicatos filiados já pouco percebem da realidade objectiva e concreta da sala de aula e da sala dos professores. Sentados há anos nas cadeiras dos gabinetes, por muito que digam que passam dias e dias no «terreno», ganharam calo no rabo, que não se cansam de coçar, melhor, lhes sabe bem coçar.
Sabem lá eles o que é indisciplina na sala de aula! (Alguém se lembra do que disse o prof. Charrua, quando regressou à escola, passados 20 anos?). Ouvem falar e pensam que isso lhes dá a sabedoria para dissertarem sobre o assunto. Sabem lá eles o que os alunos falam, como falam, como respondem, como reagem! Ouvem dizer isto e aquilo nessas reuniões que convocam para não dizerem quase nada, mas para justificarem o lugar.
Estudam (?) pedagogia para debitar… para debitar, mas não conseguem entender que a realidade da Escola é diferente daquilo que apregoam. São uma espécie de gastrónomos que só sabem enumerar os ingredientes de uma sopa, mas não a sabem confeccionar. E acham-se tão doutos que nem querem ouvir o que os professores autênticos têm para lhes dizer. Os professores não deram nem vão dar o grito do Ipiranga em relação aos sindicatos, mas a «república» já chegou. As tropas já se juntaram uma vez e vão juntar-se outra.
Os professores, perante o inferno em que a Escola se está a transformar, convocaram uma manifestação para dia 15 de Novembro, em Lisboa. Este «povo» resolveu descer à capital, na tentativa de alertar «suas majestades», mais uma vez, sobre os graves rombos que o «barco da educação» está a sofrer e com risco de se afundar. Os novos «infanções» têm considerado que os «condes», os «duques», os «marqueses» ou os «barões» não estão a defender bem o «castelo». Então esta «velha nobreza», e em especial a Fenprof, tremeu e temeu que os seus «foros» estivessem em perigo.
Convocaram outro «exército» de professores para o dia 8. Uma traição? Talvez não seja necessário dizer tal, contudo… foi um exercício de força. Quiseram dizer que eles é que detêm poder e representatividade nas «cortes». E contaram as espingardas. Mas terão verificado que as notícias que os seus emissários lhes mandavam não eram favoráveis. O exército, que esperavam comandar, iria ser diminuto: havia escolas sem «voluntários» inscritos. Foi então que o «estado maior» da Frenprof chamou na quarta-feira passada (29 Out.) os movimentos de professores, para negociaram a paz.
O «tratado» fica, para já, com esta data, evitando, os professores, beijinhos e abraços, pois, conforme dizem elementos do PROmova, de Vila Real, “os movimentos vão continuar a existir até que ocorra a pacificação das escolas” ( ver entrevista). Estes movimentos não terão a «mentalidade e a estratégia» de D. Afonso Henriques nas lutas com o seu primo D. Afonso VII, ao agir por impulsos e segundo as suas conveniências, mas estão aí para se fortalecer, porque eles têm as «ementas» e sabem com «cozinhá-las». Para já avançam para a segunda conquista do «castelo» de Lisboa. A jornada é decisiva. Boa sorte".
Ribeiro Alves
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O autor é RiBeiro Aires.
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