"Os exames nacionais e o seu formidável contributo para a engenharia estatística educativa foram há meses. Entretanto, o país continuou, "eppure", a mover-se. Cristiano Ronaldo estampou o Ferrari; desembarcando de um poema de O'Neill, Mimi Travessuras declarou-se encantada por cantar em Lisboa; D. Policarpo aconselhou as jovens casadoiras; a pequena Esmeralda foi entregue ao pai; e uma vasta coisa chamada "crise" cobriu com um manto vaporoso de condescendência todos os pecados da governação.
Como podia o secretário de Estado Jorge Pedreira lembrar-se ainda do que foi dito por sociedades científicas, professores, pais e pelos próprios alunos, eufóricos uns, decepcionados outros, por terem perdido o ano a estudar e, afinal, não ser preciso, acerca da dificuldade e grau de exigência daqueles exames? Não surpreende, pois, vê-lo agora a terçar armas contra o "facilitismo" das escolas superiores de educação e o "direito ao sucesso" também dos formandos dessas escolas, com a mesma intransigência com que, ex-sindicalista, investe contra os sindicatos. Um converso em acção é sempre coisa bonita de ver".
Como podia o secretário de Estado Jorge Pedreira lembrar-se ainda do que foi dito por sociedades científicas, professores, pais e pelos próprios alunos, eufóricos uns, decepcionados outros, por terem perdido o ano a estudar e, afinal, não ser preciso, acerca da dificuldade e grau de exigência daqueles exames? Não surpreende, pois, vê-lo agora a terçar armas contra o "facilitismo" das escolas superiores de educação e o "direito ao sucesso" também dos formandos dessas escolas, com a mesma intransigência com que, ex-sindicalista, investe contra os sindicatos. Um converso em acção é sempre coisa bonita de ver".
Manuel António Pina
JN
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