"A contestação generalizada dos professores à avaliação tem um lado negro. Mas vou começar pelo lado certo dessa contestação.
Basta ver na proposta a confusão que resulta de um projecto ultra-burocrático para se perceber que o modelo jamais será implantado, pelo menos de forma imparcial e justa. O modelo do Ministério, ao invés de ser simples e concreto, de forma a que não só os professores, como os pais e os próprios alunos mais crescidos, compreendam, investe por uma série de caminhos, atalhos e impasses próprios de quem quer prever todas as situações e acaba perdido na teia que, entretanto, teceu.
É, pois, normal, que os professores repudiem tal método.
Mas há o lado negro, aquele que é impulsionado pela maioria dos dirigentes sindicais: o medo da avaliação. Na verdade, subsiste quem acha que jamais deve ser avaliado num sistema em que chegou a haver créditos fornecidos aos professores pela sua participação em cursos idiotas. É por este lado que o Governo se defende, atirando as culpas para cima de professores preguiçosos, indolentes e incompetentes, como se dos professores fosse a culpa (exclusiva ou principal) do sistema de ensino que temos.
Porque, antes da avaliação e da própria gestão das escolas (que são boas ideias, ainda que com concretizações muito discutíveis) há aquilo que é essencial e que sai directamente da 5 de Outubro: os programas, os métodos de avaliação e de imposição de disciplina.
Estes três vectores podem resumir-se assim: maus programas, pouca e facilitista avaliação e indisciplina generalizada.
E disto não têm culpa nenhuma 99 por cento dos professores".
Henrique Monteiro
Expresso
Basta ver na proposta a confusão que resulta de um projecto ultra-burocrático para se perceber que o modelo jamais será implantado, pelo menos de forma imparcial e justa. O modelo do Ministério, ao invés de ser simples e concreto, de forma a que não só os professores, como os pais e os próprios alunos mais crescidos, compreendam, investe por uma série de caminhos, atalhos e impasses próprios de quem quer prever todas as situações e acaba perdido na teia que, entretanto, teceu.
É, pois, normal, que os professores repudiem tal método.
Mas há o lado negro, aquele que é impulsionado pela maioria dos dirigentes sindicais: o medo da avaliação. Na verdade, subsiste quem acha que jamais deve ser avaliado num sistema em que chegou a haver créditos fornecidos aos professores pela sua participação em cursos idiotas. É por este lado que o Governo se defende, atirando as culpas para cima de professores preguiçosos, indolentes e incompetentes, como se dos professores fosse a culpa (exclusiva ou principal) do sistema de ensino que temos.
Porque, antes da avaliação e da própria gestão das escolas (que são boas ideias, ainda que com concretizações muito discutíveis) há aquilo que é essencial e que sai directamente da 5 de Outubro: os programas, os métodos de avaliação e de imposição de disciplina.
Estes três vectores podem resumir-se assim: maus programas, pouca e facilitista avaliação e indisciplina generalizada.
E disto não têm culpa nenhuma 99 por cento dos professores".
Henrique Monteiro
Expresso
2 comentários:
Só mesmo os maus professores não querem ser avaliados...
...só mesmo o ME para desvirtualizar todo o sistema...
...só mesmo todos os restantes para querê-los (aos do ME) fora do sistema!
Ó das artes,
Eu cá, que até me considero boa professora achando que os alunos aprendem comigo, não quero ser avaliada.
Estas carimbadelas não resolvem qualquer problema nas escolas. Só criarão problemas.
Por mais que dê voltas para criar as melhores grelhas, não vai com isso a lado nenhum.
A experiência já esteve de pé aí noutros países. E servindo então para bloquear a carreira à maioria dos professores o insucesso é mais do que previsível.
Digo-lhe eu que já sou velha e fiz prova pública para passar ao 8º escalão e até tive muito bom.
Teremos todos que ir alterando modos de trabalho para que os alunos possam obter melhores aprendizagens mas tal não passa por individualmente nos deixarmos grelhar.
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